sexta-feira, 16 de junho de 2017

no Miradouro da Senhora do Monte

 
Mais uma sessão dos 10 years x 10 classes, desta vez com o Pedro Loureiro.
 
Cheguei atrasada, tive que fazer o primeiro exercício muito rápido (o skyline corrido de Lisboa), enquanto tinha que agarrar as pontas do meu vestido para não levantar voo, pois estava uma tão grande ventania e a temperatura começava a baixar!
 
 


No segundo exercício tratava-se de ligar um ponto alto a um ponto baixo, criando um percurso.~
As minhas colegas disseram-me que o que eu via e que parecia uma rua (vim a saber que era uma escadaria) se chamava o Caracol da Graça. Que nome estranho!



O terceiro exercício fui fazê-lo no dia seguinte, pois na véspera não aguentei o frio, mesmo com a écharpe que a Ketta simpaticamente me emprestou.
A luz da manhã torna a vista deste miradouro muito mais bonita, pois vemos a cidade toda iluminada. Para mim os miradouros deste lado são para visitar de manhã, enquanto que o de São Pedro de Alcântara é para visitar de tarde, com esta encosta toda em luz!
Apanhei rapidamente uma guia a debitar conversa, meio espanhol, meio português, mas que rapidamente se foi embora com os clientes...
Realmente hoje o turismo é "toca e foge", as pessoas depois podem ver nos telemóveis os locais onde estiveram...



E com umas sardinhas na Baixa à minha espera para almoçar, fui descer o dito Caracol, que não é nenhum caracol mas sim um zigue-zague.
No primeiro zigue, parei, pensei: -as sardinhas que esperem!

Não resisti à nesga de vista com o miradouro da Graça mesmo por cima e o da Nossa Senhora do Monte a dominar a paisagem.

É mesmo bom poder parar, olhar, ver, desenhar, eternizar momentos... as sardinhas, felizmente, ainda estavam à minha espera!


terça-feira, 13 de junho de 2017

-porque é que não tira uma fotografia?...

 
Objectos do domínio público, com o Pedro Loureiro.
Uma sessão muito bem estruturada e cronometrada, uma forma de nos por a olhar para os pormenores que fazem a diferença num desenho, que dão escala, que definem o local onde estamos como único!
 
Comentário da personagem retratada no meu último desenho:
-mas porque é que está a desenhar?
-porque gosto...
-porque é que não tira uma fotografia?
 
E como tudo o que é bom passou depressa...
 









segunda-feira, 12 de junho de 2017

Pesado como chumbo

 
Em vésperas de ir para Fátima, arrancou a primeira aula dos 10 years x 10 classes.
 
No Diário de Notícias, armados em jornalistas, por lá andámos ouvindo, aprendendo, desenhando, inventando...
Não quero com isto dizer que os jornalistas inventem....
O objecto-tema foi um peso antigo, que era o que se usava antigamente para manter no lugar o papel vegetal quando se desenhavam os projectos de arquitectura. Herdei-o do meu pai.
 
Apesar da carga de água lá fora, e de ter que ir para casa a correr fazer a mala, foi muito divertido!
 
 






sexta-feira, 2 de junho de 2017

Sketch Tour Portugal - Fátima, Day 4

 
Quarto e último dia desta viagem. As saudades já começam a entrar, o antever de um final de uma amizade e cumplicidade que iam crescendo entre nós os quatro. E também o final de algo tão bom como passar o dia inteiro a desenhar...
Já com uma outra Fátima, mais calma e despojada de gentes, fomos conhecer o Caminho dos pastorinhos do qual, tenho que confessar, nunca tinha ouvido falar!
Também não sabia que o Anjo tinha aparecido três vezes em 1916, antes de a Nossa Senhora aparecer na Cova da Iria a 13 de Maio de 2017.
 
 
                                                                Foto roubada ao Rob...
 
 
Os pastorinhos faziam este caminho todos os dias até à Cova da Iria, numa extensão de cerca de 2 km.
 
O caminho começa na rotunda sul de Fátima, e ao longo dele foram depois construídas as várias estações de Cristo. Grupos de peregrinos, de todas as nacionalidades, vão caminhando, parando, rezando.
 
Fomos até à Loca do Anjo, onde parámos e cada um no seu silêncio, começámos a desenhar.
Achei lindo o enquadramento das árvores à volta das estátuas dos pastorinhos e do anjo.
 
 
 




Outro local muito visitado, no final desse caminho, é a casa onde os pastorinhos viveram. Carradas de turistas entram e saem, tiram fotos, selfies... Apesar do espaço reduzido, e de haver uma baia a vedar a entrada, pedi à menina que estava a tomar conta da casa e consegui sentar-me (no meu banquinho) mesmo junto à janela do quarto onde Francisco faleceu. Foi a 4 de Abril de 1919, dois anos apenas depois das aparições.
As pessoas entravam, mas nem me viam (e ainda bem...), diziam uns: este é o quarto do Jacinto? Não, do Francisco, respondia outro...
Um momento de tranquilidade para mim, alheada do rebuliço à minha volta...






A casa por fora, a parede em pedra onde foi tirada a famosa fotografia dos três pastorinhos.
Montes de gente a passar, mas o que é que isso interessa? O bom do desenho também é isso, coloco o que quero, a realidade pode ser o que eu quiser...





Mas realidade mesmo foram estes quatro dias maravilhosos, que seguramente nunca irei esquecer!
Obrigada Kasia, Rob e Eduardo, que bom desenhar, estar e aprender convosco, obrigada Pedro e Duarte, que tão bem captaram alguns dos nossos momentos, e obrigada ao Turismo de Portugal e ao Mário, essa cabeça que não para de imaginar coisas giras!

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Sketch Tour Portugal - Fátima, Day 3

 
Se já tinha sido difícil à noite movimentarmo-nos, no dia 13 de manhã já era quase impossível! Às 8 da manhã deixou de se conseguir entrar no recinto do santuário. Depois de muitas voltas e de furar entre a multidão, fomos para o lado sul do recinto. Perdemos logo a Kasia. O Rob e o Eduardo começaram a desenhar montras das lojas de artigos religiosos, mas eu ainda tentei de novo conseguir furar. Nem pensar, não se conseguia andar...
 
 

 
 
 
Nisto recebo uma mensagem do Rob a dizer que estavam num 2º andar com vista para todo o santuário. Tinham sido convidados pelo dono que os tinha visto a desenhar. A prova que o desenho abre fronteiras!
Juntei-me a eles, desenhei, assisti à missa, vi o papa Francisco passar mesmo por baixo do local onde estávamos! Foi maravilhoso!
 
Como escreveu o Rob, a visão da multidão parecia um quadro do Jackson Pollock...
 
 

 
 
 
Durante a celebração da missa, as pessoas passaram longas horas junto das baias, no que se esperava ser o caminho de saída do Papa. Na expectativa de o ver passar junto delas, na expectativa de uma bênção, de uma promessa realizada...
 
 



Fátima ficou impossível de circular durante todo o dia. Fomos entrevistados para o filme que contém também imagens nossas a desenhar durante o tempo ali passado:

https://www.youtube.com/watch?v=fmTpdx6g7pU


Só consegui fazer mais um desenho, dentro da basílica da Santíssima Trindade, ainda a descomprimir um pouco de tanta emoção...




Sketch Tour Portugal - Fátima, Day 2

 
Dia 12 de Maio, esperava-se nesse dia a chegada do papa Francisco. Falava-se que iria estar perto de um milhão de pessoas. Grande movimento de carros e de peregrinos logo desde de manhã. Fomos para dentro da Basílica desenhar. Algumas pessoas faziam o seu percurso lá dentro para passar junto dos túmulos de Francisco e Jacinta, outras rezavam sentadas nos bancos corridos de madeira. Pessoas de todas as nacionalidades, raças, numa manifestação comum de fé. 
 
 
 



No momento em que fomos almoçar, a vista desde o nosso hotel. Impossível não fazer um desenho...






Fomos para o santuário esperar, como todos os peregrinos, a chegada do Papa a Portugal. Que emoção ver abrir-se a porta do avião! O santuário inteiro aplaudiu!

Uma tarde passada entre cânticos, a observar e as desenhar as pessoas, a esperar que o papa Francisco chegasse à Cova da Iria.














Quando o papa Francisco chegou junto da estátua de Nossa Senhora, foi pedido silêncio. Mais de cinco minutos passaram...





`
À noite, antes da procissão das velas, foi difícil encontrar um lugar onde conseguíssemos estar todos juntos. Lá encontrámos uma pequena clareira, acampámos como todos os outros peregrinos!
A Maria do Carmo Morgadinho (que eu não conhecia de lado nenhum...), que estava ao meu lado, acedeu a estar em pose para eu a desenhar...






Eu, o Rob, e a Louise, a sua mulher, o Eduardo, a Kasia, o meu marido que também estava presente, o Pedro e o Duarte que nos iam filmando, vivemos juntos a intensidade daquela noite: a procissão das velas, a multidão a cantar e a elevar alto um mar de luzes, a passagem do andor com a Nossa Senhora, que é para mim o momento mais bonito do 13 de Maio.
Senti que tocou todo o grupo. Eu comovi-me, como sempre...