O Sketch Tour Portugal é uma iniciativa conjunta do Turismo de Portugal e dos Urban Sketchers Internacional, na pessoa do Mário Linhares, e que irá ter lugar em diversas zonas de Portugal, ao longo do ano, num total de doze momentos.
Acontece no âmbito das comemorações dos 10 anos deste movimento iniciado nos Estados Unidos pelo Gabi Campanário.
A primeira edição foi em Fátima, durante as comemorações do centenário das aparições.
Eu tive a satisfação e a responsabilidade de ser a primeira anfitriã de outros desenhadores internacionais: O Rob Sketcherman de Hong Kong, o Eduardo Bazjek de São Paulo, Brasil, e a Kasia Szybka de Cracóvia, Polónia.
Como receber os sketchers de outros
países, de outras religiões, como explicar o que é Fátima?
Fiz algum trabalho de casa,
documentei-me, durante o caminho de Lisboa até lá fui explicando um pouco da
História, e também o que eu própria sentia
quando estava em Fátima, o que me fazia ir lá.
Chegados a Fátima, ansiosos por começar
a desenhar, sentámo-nos junto à capelinha das aparições, ao nosso lado passavam
os caminhantes na sua chegada ao santuário em grupos, algumas pessoas de joelhos, outras também a
rastejar. Testemunhámos como algumas são acompanhadas pela família,
amigos, como aqueles momentos são solenes e intensos.
Foi uma primeira descoberta para o Rob,
de Hong Kong, um rever de outra forma para o Eduardo Bajzek, brasileiro, que já tinha estado há muitos anos com a família em Fátima. Impressionou-os esta forma de
manifestar a fé. Impressionou-os os grupos que chegavam e a alegria que
traziam consigo.
Os jornalistas caíram em cima de nós,
curiosos por saber porque desenhávamos no meio de todas as manifestações de fé.
Fotografaram, filmaram, fizeram perguntas.
Com medo da chuva, refugiámo-nos debaixo das arcadas. A Basilica impunha-se, nenhum de nós resistiu a colocá-la como motivo principal.
Que bom estar a desenhar com eles, que energia, que bom partilhar momentos como este. As televisões estrangeiras estavam em grandes preparativos para as cerimónias dos dias seguintes, as arcadas eram palco dessa azáfama. Nós, no nosso mundo...
O local onde se queimam as velas foi o nosso terceiro motivo para desenhar. A intensidade das labaredas, as pessoas um pouco indiferentes a elas, prosseguindo os seus rituais. Uma cena um pouco irreal e de grande intensidade, que o Rob e o Eduardo tão bem captaram nos seus desenhos!
Eu desenhei apenas as velas, um objecto tão simples e tão pequeno mas que pode carregar em si todo um mundo de emoções!
Ao jantar estava finalmente o grupo todo reunido: a Kasia Szybka juntou-se a nós, assim como o Pedro e o Duarte que iriam captar imagens do grupo durante os dias seguintes.