Há histórias que são nossas e há outras, que não nossas, mas que interiorizamos, das quais nos apropriamos, e que passam a ser nossas também.
Em Madrid, após dois dias de chuva, finalmente o sol mesmo antes de regressar a Lisboa.
Fico sempre muito indecisa, onde parar, onde concentrar a minha energia e desenhar.
Lembrei-me das histórias do Nelson quando deu aulas de desenho aos reclusos na prisão, e que um deles lhe pediu para desenhar a Plaza Mayor. É mesmo aí que me apetece ir!
A Plaza Mayor é um dos centros energéticos da cidade, ponto de passagem e confluência de pessoas. Espanhóis, estrangeiros de todas as nacionalidades, vigaristas também de toda a espécie e feitio.
Enquanto o meu marido se deliciava a ver um desses vigaristas/mágicos, eu desenhei a parte estática e calma daquele local: a estátua equestre do Filipe III, impávido e sereno com tudo o que se passava à sua volta e um dos píncaros do edifício central da praça, a querer furar o céu!
E desenhar é isso mesmo, é contar sempre a nossa história, é o "aqui e agora"!